18.12.06
Introdução
Seguindo a organização cronológica e a divisão entre suas fases projetuais adotadas por Geoffrey H. Baker, a obra de Le Corbusier será abordada desde os anos de sua formação como arquiteto em La Chaux-de-Fonds até sua fase do Pós-Guerra, sem aprofundar-se em movimentos estéticos, mas apenas no desenvolvimento de sua arquitetura, estudada aqui pela análise de obras, também baseada nos estudos de Baker, consideradas importantes em cada período. Explore as figuras e navegue pelos links de assuntos relacionados para melhor compreensão do tema.
17.12.06
Os Anos de Formação
Charles Édouard Jeannerret nasceu em 1887, na cidade suíça de La Chaux-de-Fonds, perto da fronteira com a França. Durante sua formação como designer e gravador na escola local de artes e ofícios, Jeannerret envolveu-se com as últimas fases do movimento Arts and Crafts (Artes e Ofícios).
16.12.06
Análise: Villa Fallet
O primeiro projeto de Le Corbusier, aos 17 anos, a Villa Fallet explora a modelagem da forma e a riqueza do tratamento das superfícies. Os materiais e temas locais foram explorados em sua plenitude, em termos de padronagem e textura diretamente inspirados nos estudos da natureza feitos por Jeanerret, que transformou as formas naturais em ornamento decorativo.
O tema da natureza é desenvolvido por contrastes complementares, tais como: entre superfícies lisas e rugosas; retângulos, curvas, pirâmides e ziguezagues; entre planos rasos, cúbicos e inclinados.
Inspirado por seus croquis, elementos naturais foram progressivamente estilizados para formar elementos decorativos.
15.12.06
Os Anos de Transição
Influenciado por sua Voyage d’Orient, Jeannerret impõe a seus projetos uma forma mais clássica, a ênfase é deslocada da volumetria complexa para combinações simples de sólidos primários.
Em 1908, Jeannerret passa a trabalhar com Auguste Perret em Paris, onde recebe uma formação básica em concreto armado e aumenta seus conhecimentos da cultura francesa clássica; começa, então, seu rompimento com os conceitos de L’Eplattenier. A convivência com Perret o convenceu de que o concreto armado era o material do futuro, uma das grandes vantagens que via no sistema estava na possibilidade de ter formas padronizadas para a construção, tais como as linhas de produção da indústria automobilística.
Em 1915, Junto com o amigo e engenheiro suíço Max du Bois, desenvolveu duas idéias que desenvolveria ao longo da década de 1920 – sua reinterpretação da estrutura Hennebique como a Maison Dom-Ino e as Villes Pilotis, uma cidade projetada para ser construída sobre pilastras.
O modelo Padronizado Dom-Ino consiste em uma unidade de produção em série de moradias, tem uma laje de piso de concreto, com pilares recuados e uma escada em balanço em uma das extremidades. A laje é nervurada, com caixões perdidos e reforço de aço.
14.12.06
Análise: Villa Schwob
A Villa Schwob mostra nitidamente uma nova fase de Le Corbusier, além do emprego do concreto armado, as influências de Wright no pé-direito central duplo e de Hagia Sophia nas projeções absidais são exemplos de uma fase de experimentação de Jeanerret. Embora ainda permaneça a simetria bilateral e o eixo longitudinal seguindo o eixo do terreno.
A Villa Schwob tem uma estrutura paladiana. Quatro pilares de concreto armado sustentam o centro e um sistema proporcional controla as ligações. Pela primeira vez, Le Corbusier empregou “linhas reguladoras”.
Insistindo em contrastes fortes como na Villa Fallet, a volumetria estabelece essas relações entre as formas cúbicas e as absides cilíndricas.
13.12.06
A Década Heróica: 1920 – 30
Segundo Frampton, a contribuição mais importante e duradoura da Ville Contemporaine “foi sua unidade Immeuble-Villa, Uma adaptação da Maison Citrohan como célula-base de moradias de grande altura e densidade habitacional”.
A unidade Immeuble-Villa foi exposta como protótipo no Pavillion de L’Esprit Noveau, o qual foi uma condensação dos conceitos puristas. O Purismo era a nova linguagem arquitetônica de Le Corbusier que, por volta de 1925 havia alcançado a maturidade. O tema da villa burguesa foi explorado 1925, quando Jeanerret publicou Les 5 points d’une architecture nouvelle(Os cinco pontos de uma nova arquitetura), base para os projetos da Maison La Roche, da Villa Garches, da Villa em Stuttgart e da Villa Savoye:
- Os pilotis elevam a massa acima do solo;
- A planta livre, obtida mediante a separação entre as colunas estruturais e as paredes que subdividem o espaço;
- A fachada livre, o corolário da planta livre no plano vertical;
- A longa janela corrediça horizontal;
- O jardim de cobertura que recria o terreno coberto pela construção da casa.
A Villa Savoye representa a apoteose da tentativa de Le Corbusier de criar a moradia ideal, o projeto é a realização plena das idéias exploradas inicialmente no modelo Citrohan.
12.12.06
Análise: Villa Savoye
A membrana transparente que define a zona de acesso contrasta com o volume cúbico acima, é um convite à entrada e uma transição entre o edifício e a natureza na qual está inserido.
A zona de estar é expressa com um piano nobile e tem uma área pública e outra privada, separadas pela rampa. A área pública consta do salão e da sala de estar, e a privada dos dormitórios, sanitários e a cozinha.
A rampa serve como veículo para a promenade architecturale, oferecendo sensações contrastantes, à medida que se passa de um local fechado confinado para a expansão espacial do terraço.
A Promenade Architecturale termina no nível da cobertura, onde Le Corbusier cria mais um terraço. Este é circundado com um painel que, como um frontão, transmite a mensagem do edifício através de uma espécie de escultura.
Os planos curvos do painel também tornam a Villa visível à distância, mantendo a intenção do contato com o exterior presente no térreo.
11.12.06
Bibliografia
Livros:
FRAMPTON, Kenneth. HISTÓRIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA. Ed. Martins Fontes. SP2000
LE CORBUSIER. POR UMA ARQUITETURA. Ed Perspectiva. SP1977
BAKER, Geoffrey, H. LE CORBUSIER: UMA ANÁLISE DA FORMA. Ed Martins Fones, SP 2000
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